Parcerias público-privadas e Ipe-Saúde dominaram as discussões no encontro com Ana Amélia

Teve início no dia 7 de agosto a série de encontros dos principais candidatos ao governo do Rio Grande do Sul com dirigentes de instituições de saúde do Estado. O Encontros da Saúde/Tratando de Saúde, promovido em parceria entre FEHOSUL e Sindihospa, recebeu a senadora Ana Amélia Lemos para uma reunião almoço que possibilitou a apresentação de idéias e propostas para o setor.

O evento teve a presença de dirigentes e lideranças de hospitais, clínicas e laboratórios. Na abertura, o presidente da FEHOSUL, médico Cláudio Allgayer, destacou que Ana Amélia acolheu de pronto o convite para conversar com os dirigentes da área da saúde e elencou temas estratégicos e atuais do setor como os eixos de uma política moderna de saúde, a desarticulação do SUS com a Saúde Suplementar, a grande participação nos gastos de saúde do próprio cidadão, as parcerias público-privadas e a crise do Ipe-Saúde. Allgayer mencionou o programa estadual de co-financiamento que suplementa as irrisórias tabelas nacionais do SUS, que é uma boa iniciativa mas “limitada porque alcança apenas algumas dezenas de hospitais filantrópicos” mencionando que a Fehosul defende que seja estendido para todos os hospitais, clínicas e laboratórios que atendem ao SUS.

Ana Amélia demonstrou sintonia com a concepção exposta de uma política de saúde baseada em quatro pilares estratégicos: acesso universal, gestão, qualidade e financiamento, ressaltando que “Precisamos gerar uma retomada do bom momento da saúde pública no RS. O gaúcho tem orgulho daqui, mas quando fala em saúde, isso muda. Não adianta aumentar os recursos para a saúde se não cuidar da qualidade do gasto. Se a Secretaria Estadual da Saúde atua apenas como uma executora da política do SUS, como destacou o Allgayer, ela perde sua função de definir políticas públicas”, refletiu a candidata. “Cada vez que se fala em parceria público-privada (PPP), parece que se trata de um fantasma. Se um líder político tem essa visão pequena, desatualizada, nós perdemos o bonde da História”, acrescentou.

Sobre o IPE-Saúde, Ana Amélia disse: “Penso que existe um enorme e prejudicial preconceito em relação às políticas públicas na relação com o setor privado. O IPE-Saúde é um órgão público com uma política inteligente para fazer saúde suplementar. Mas se tirou toda a energia e capacidade de continuar trabalhando com essa iniciativa privada. É uma grave incoerência e uma falha na gestão, não otimizar uma experiência exitosa como o IPE-Saúde”, lembrando avanços no relacionamento entre a autarquia e os prestadores que ocorreu em outros governos, e que hoje, vem se deteriorando.

Ao longo da explanação, a candidata ao governo pelo Partido Progressista comentou a importância da proximidade entre governo e as federações sindicais, como a FEHOSUL, que representa cerca de 21 mil instituições (públicas e privadas) de um setor responsável por 9% do PIB. Em torno de 54% dos gastos em saúde no nosso país vem do desembolso direto feito pelo cidadão e dos planos de saúde. Para a senadora, é preciso extinguir as diferenças para alcançar um bem comum. “Medicina não tem ideologia. Alguém pode ser de esquerda ou direita, mas não no exercício do atendimento, seja no consultório médico ou na alta complexidade. Há um equivoco enorme no nosso Estado, ele foi dividido, mas vamos reunificar. Não podemos continuar pensando no Estado dessa forma”, salientou.

Ao falar do programa federal Mais Médicos, Ana Amélia Lemos destacou que não há transparência no processo. “Não discutimos que tem que melhorar o acesso às famílias carentes. Mas não através de um contrato que ninguém sabe como é feito, de uma forma de fragilização, até escravização, do profissional que tem que obedecer ao Estado (Cuba) e não à sua competência profissional. Não estamos trazendo mais médicos, estamos financiando um governo que faliu. Temos que ter clareza nessas coisas”, criticou.

A senadora também elogiou a liderança do deputado estadual Pedro Westphalen no setor saúde, destacando que o mesmo vem assessorando a sua campanha na área da saúde e, ao finalizar, frisou que “quando se quer fazer as coisas da maneira adequada, os caminhos existem”. Caso assuma o governo, Ana Amélia pretende usar a aproximação com o setor para alcançar resultados positivos. “Fui convocada para uma missão e só terei êxito com ajuda da sociedade e dos setores. Sem união, não há como superar as dificuldades, que são grandes, mas não maiores do que a vontade de superá-las”, concluiu.

O Encontros da Saúde/Tratando de Saúde terá outras três edições, com os candidatos José Ivo Sartori (dia 8 de agosto), Vieira da Cunha, (11) e Tarso Genro (12). Para inscrições, acesse http://www.fehosul.org.br/fehosul2012/.

Ana Amélia
Ana Amélia
Ana Amélia apresenta suas propostas para o setor
Ana Amélia apresenta suas propostas para o setor
Evento é uma parceria Fehosul e Sindihospa
Evento é uma parceria Fehosul e Sindihospa
Alceu Alves da Silva
Alceu Alves da Silva
Leomar bammann e Luiz Alberto Tarragô
Leomar bammann e Luiz Alberto Tarragô
Pedro Westphalen
Pedro Westphalen
Ana Amélia conversa com dirigentes e gestores
Ana Amélia conversa com dirigentes e gestores
Propostas foram bem aceitas pelos presentes
Propostas foram bem aceitas pelos dirigentes
Ana Amélia demonstrou descontração
Ana Amélia demonstrou descontração
Alceu Alves da Silva, Fernando Torelly, Odacir Rossato, Ana Amélia, Claudio Seferin, Mauro Stormovski e Jorge Avelino
Alceu Alves da Silva, Fernando Torelly, Odacir Rossato, Ana Amélia, Claudio Seferin, Mauro Stormovski e Jorge Avelino