FEHOSUL alerta para estoque crítico do “kit intubação” em hospitais do RS

Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) alerta à sociedade que hospitais do RS começaram a relatar preocupação com os estoques baixos do chamado “kit intubação”, formado por medicamentos como bloqueadores neuromusculares e sedativos, utilizados no tratamento intensivo dos casos graves de COVID 19. O presidente da FEHOSUL, Cláudio Allgayer, disse que a entidade está em contato com parlamentares do RS e lideranças da saúde estadual e nacional para encontrar uma solução.

“Recebemos informações de que a indústria nacional não está conseguindo atender a demanda de medicamentos para sedação, anestesia e relaxamento muscular. Este cenário impacta principalmente o atendimento de pacientes com Covid, de cirurgias de emergência e das eletivas. Uma alternativa é a tentativa de importação, mas no mundo todo a demanda é muito grande. Outro problema é o alto custo dos medicamentos atualmente. Com a alta do dólar e pela relação ‘pequena oferta e alta demanda’, a situação, pode sim, se tornar cada vez mais caótica, justamente pelo aumento vertiginoso de casos e a consequente superlotação de nossas UTIs. O estoque de alguns hospitais está em estado crítico”, disse.

O presidente da FEHOSUL convocou uma reunião para esta sexta-feira (19) com hospitais associados para tratar deste problema e de outros que estão afetando a prestação de serviços aos pacientes do IPE Saúde, da saúde suplementar e do SUS. “Uma das soluções aventadas é importar os medicamentos de países como Paraguai e Uruguai, mas a produção nestes países do Mercosul é muito pequena e restrita”, completou Allgayer.

O gestor de um hospital consultado pelo portal Setor Saúde, relatou que a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) vem tentando intermediar grandes compras destes medicamentos, o que tem ajudado, já que os hospitais, por comprarem individualmente, acabam pagando valores muito altos. Porém, do montante solicitado pelo Hospital, a SES/RS conseguiu suprir apenas 20%. Estima-se que as indústrias farmacêuticas do Brasil consigam manter o fornecimento regular somente para os próximos 15-20 dias, assim mesmo, em caráter intermitente.