Seminários de Gestão: Tendências e Inovações em Saúde discute novos modelos de remuneração

Evento foi promovido pela FEHOSUL e SINDIHOSPA

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Com o objetivo de discutir o futuro dos modelos de remuneração na área da saúde, ocorreu a IV edição do evento Seminários de Gestão: Tendências e Inovações em Saúde, promovido pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL) e pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), no Hotel Sheraton Porto Alegre.

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Cláudio José Allgayer, presidente da FEHOSUL e vice-presidente da CNS

 

A abertura foi efetuada pelo presidente da FEHOSUL e vice-presidente da CNS, Cláudio José Allgayer, que, após agradecer aos presentes, destacou a importância do tema e as mudanças na saúde. “O processo de gestão das instituições de saúde vem passando por importantes e significativas transformações. Nossas organizações estão redesenhando suas diretrizes estratégicas e construindo os possíveis cenários para o futuro”, explica. Allgayer também lembrou a importância de temas como o “empoderamento do paciente, mudanças nos modelos de gestão clínica e assistencial, incorporações de novas e disruptivas tecnologias e novas formas inovadoras de gerir pessoas”, que foram tratadas nas edições anteriores.

A primeira palestra do evento foi apresentada pelo Coordenador do Departamento de Saúde Suplementar da CNS, João de Lucena Gonçalves, e abordou os Novos Modelos de Remuneração na Área da Saúde. A diretora do Hospital Virvi Ramos (Caxias do Sul) e presidente do Sindicato dos Hospitais da Região Nordeste, Cleciane Doncatto Simsen, e o Superintendente Executivo do Hospital Tacchini (Bento Gonçalves), Hilton Roese Mâncio, foram os debatedores.

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Hilton Roese Mâncio, Superintendente Executivo do Hospital Tacchini, João de Lucena Gonçalves, Coordenador do Departamento de Saúde Suplementar da CNS, Cleciane Doncatto Simsen diretora do Hospital Virvi Ramos

 

Ao iniciar sua fala, João de Lucena destacou as perguntas obrigatórias sobre modelos de remuneração. Ele as classificou como: “Qual a posição da ANS e qual modelo de remuneração? Como agregar valor ao modelo de remuneração? E como implantar o modelo de Remuneração?”.

Joao Lucena Coordenador do Departamento de Saúde Suplementar da CNS
João de Lucena Gonçalves, Coordenador do Departamento de Saúde Suplementar da CNS

 

Sobre os novos modelos de remuneração, o Coordenador da CNS afirmou que é necessário olhar para o presente antes de pensar no futuro. “Não se chega ao futuro sem passar pelo hoje, primeiro temos que trabalhar aqui para depois avançar. Primeiro temos que ter a preparação, tanto da rede quanto da operadora”, conta.

Fazendo uma analogia, ele brincou que “a proposta de mudança atual seria como mudar o pneu do carro com ele andando. Eu hoje estou com o Fee For Service e tenho que ir para o DRG sem parar o carro”, exemplificou.

 

Mas o palestrante também criticou a situação atual dos modelos. “No máximo 10% da rede é qualificada. A rede autorizada a atender o usuário da operadora não recebe investimento suficiente para melhorar”, explica.

Outro assunto abordado por João de Lucena foi os riscos dos cuidados da saúde. “Os riscos na saúde ocorrem por falhas no sistema e os sistemas de saúde [como hospitais, clínicas, laboratórios] não estão estruturados para lidar com falhas”, alerta.

Durante o debate, a diretora do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen, afirmou “que as operadoras trabalham muito com a questão de custos e não estão preparadas, assim como os hospitais também não estão [para novos modelos de remuneração]”.

Cleciane Doncatto Simsen
Cleciane Doncatto Simsen, diretora do Hospital Virvi Ramos

 

Para ela, o foco dos hospitais e operadoras está essencialmente voltado ao custo. “Operadoras estão preocupadas em glosar e hospitais em cobrar, quando o foco deveria ser no cuidado ao paciente”, conta.

O Superintendente Executivo do Hospital Tacchini, Hilton Roese Mâncio, relatou que os hospitais ainda estão dependentes dos modelos de remuneração atuais. “Nós [hospitais] não sabemos ganhar dinheiro de uma maneira diferente do Fee for Service”, diz.

Hilton Mâncio Superintendente Executivo do Hospital Tacchini
Hilton Roese Mâncio, Superintendente Executivo do Hospital Tacchini

Hilton também afirmou que é necessário ter mais informações sobre o tema, e cobrou da Agência Nacional de Saúde Suplementar um compartilhamento maiordos dados que ela recebe das operadoras.  “O escopo inicial é fundamental. A ANS recebe uma enormidade de informação das operadoras, eles têm um banco de dados fantástico. A gente não tem acesso a essas informações. Para construir um modelo de remuneração, precisamos das informações desse banco de dados”, concluiu.