Projetos inovadores para a saúde são criados em workshop sobre Design Thinking

A inovação gerada pelo design tem mudado a realidade do universo dos negócios, através de ideias inovadores, com processos abertos e colaborativos para o desenvolvimento de projetos. Para disseminar essa tendência no mercado da saúde do Rio Grande do Sul, a Fehosul e a Faculdade de Tecnologia em Saúde (Fasaúde/IAHCS) realizaram, no dia 30 de outubro, o workshop DesignThinking – Como o design está mudando a experiência na saúde.

Ministrado pela publicitária Carla Link, mestra em Design Estratégico, a atividade reuniu profissionais do setor na Fasaúde/IAHCS, para um amplo debate sobre o tema, além da elaboração de planos que podem, em algum momento, se tornarem realidade. O grande diferencial do Design Thinking é o foco no cliente – no caso da saúde, os pacientes. “Ao invés de um processo em etapas separadas, trabalhamos em processos abertos, enquanto vamos pensando e testando as soluções”, explica Carla. “Design não é apenas estética, é um modelo mental, uma forma de pensar para resolver problemas complexos. Uma abordagem com foco na pessoa, o usuário”, disse a mestra para o Portal Setor Saúde.

Carla Link trouxe exemplos de inovação (nacionais e internacionais) para mostrar a amplitude do design. Entre os cases nacionais apresentados, está o Canoas Saúde. Trata-se de um agendamento de Consultas no SUS por meio de uma central telefônica. Funciona em horário comercial, e fornece marcação e informação de datas e horários. Dias antes da consulta, o paciente recebe uma mensagem no celular, com lembrete da consulta. Ao final do atendimento, é realizado o agendamento de exames ou novas consultas, de acordo com a necessidade.

Stanley’s Pharmacy, dos EUA, oferece o Wellness Bar, uma farmácia com ambiente descontraído, com chás funcionais e medicina natural. O workshop trouxe, ainda, um projeto de tecnologia exclusivo para médicos: o Doctorsway, que oferece uma gama de plataformas abertas para dúvidas sobre diagnósticos e sintomas.

 

 

Aula prática

A dinâmica da aula é por aprendizagem experiencial “learn by doing”, por meio da abordagem do Design Thinking, envolve um processo criativo e colaborativo para geração de novas ideias e soluções, centrada nas pessoas. Divididos em grupos, os quinze participantes tinham o desafio de criar um projeto novo.

Uma das presentes, a administradora hospitalar Greiceane Roza Vieira, declarou que “é muito bom para inovar e conhecer novos serviços e pensar em novos produtos. São ideias que não existem e não precisam vir do alto escalão da instituição. É necessário pensar fora da caixa. Com o workshop, pensamos em soluções de forma mais suave, não fica no ‘quadradinho’ de sempre. O curso é dinâmico, lúdico, foram debates fluídos que resultaram em soluções de problemas para o nosso cotidiano”.

“Nosso grupo pensou em um totem para acompanhamento da situação do paciente. Ali, profissionais e familiares poderiam acompanhar o tratamento, o atendimento diário, etc. A aula mostra que é preciso pensar no usuário, olhar para si e para outras instituições, acolhendo as melhores experiências”, comentou Greiceane.

Márcia Ortiz, auditora de contas, lembra que o setor da saúde “tem muita rotina, e esse workshop ajuda a repensar”. O grupo dela elaborou um aplicativo para acompanhamento dos pacientes. “Quando o paciente chega ao hospital, o responsável se registra. Assim, é possível procurá-lo em caso de necessidade. Também foi falado de um espaço para o funcionário relaxar. Um ambiente diferente dentro do hospital, uma sala com outra cor, um ambiente externo, algo para ele se distrair por alguns minutos. O profissional da saúde trabalha com muito estresse, é importante desligar, recolocar a cabeça no lugar antes de voltar à atividade. No projeto, basta o médico comunicar que está naquele setor, para que outro fique de sobreaviso. Os próprios profissionais poderiam propor idéias para a montagem, sugerir materiais e outras coisas que pudessem ficar disponíveis nessa sala”.

Ao final da atividade, os alunos demonstraram interesse em formar um grupo de estudo, para que possam continuar a repensar a saúde dentro de suas instituições. A Fehosul e Fasaúde irão desenvolver um projeto para que os participantes mantenham as discussões relativas ao tema, com apoio e direcionamento para discussões e novos estudos, e eventualmente novos workshops.