Preço de Referência de Medicamentos pode inviabilizar a prestação de serviços pelo Ipergs

 

Se o PRM (Preço de Referência de Medicamentos) do Ipergs for adotado de pronto e sem um novo modelo de relacionamento que contemple o todo (e, especialmente, a remuneração), a totalidade dos hospitais que trabalham para o Ipe-Saúde, terão dificuldades imensas, quase intransponíveis, em manter a prestação dos serviços. Este foi o alerta do diretor executivo da Fehosul, médico Flávio Borges, durante a última edição do Roteiros da Saúde de 2015, realizada em Tramandaí, no dia 20. A atividade ocorreu em parceria com o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde da Grande Porto Alegre e Litoral, e reuniu lideranças representativas de hospitais, clínicas, laboratórios e de outros estabelecimentos de saúde.

As instituições hospitalares e as clínicas ambulatoriais que têm um forte componente de uso de medicamentos estão receosas que a adoção do PRM venha a reduzir a receita dos hospitais e clínicas com movimento de medicamentos em cerca de R$ 80 milhões mensais, valor estimado pelo presidente da autarquia estadual, José Parode. A Fehosul defende “além do princípio Ganho Zero com Perda Zero, a efetiva prática de uma política de reajuste anual, para não defasar os efeitos desta migração”, explicou Flávio Borges.

 

 

O diretor executivo resumiu também a atual situação dos prestadores junto ao Instituto de Previdência do Estado (Ipergs). Houve progressos no relacionamento, estamos superando a questão das glosas de 2005 a 2014, os pagamentos estão em dia, a THP/CBHPM necessita aperfeiçoamentos, mas já é um avanço.

“Neste contexto o PRM só pode ser abordado como um dos itens constituintes de um novo modelo de relacionamento. Há que se discutir diárias e taxas, TMI e TOPME, reuso, critérios de glosas, etc. Há cinco anos sem reajustes para com as instituições, devemos buscar soluções conjuntas e amplas; e não simplesmente a adoção de uma tabela de preços de medicamentos, cuja base de dados está sob cláusula de absoluto sigilo e, consequentemente, fora do nosso alcance de análise”, externou o executivo da Fehosul.

 

 

Um dos dirigentes de hospital lembrou da situação de transporte do paciente. O Ipergs – diferentemente das operadoras de planos de saúde -, se omite em prover o deslocamento em caso de necessidade de transferência para outra instituição. “Muitas vezes a família do paciente paga, ou em alguns casos, a prefeitura se compromete com a demanda”, disse.

“O IPERGS possui R$ 200 milhões em imóveis que fazem parte do patrimônio do IPE-Saúde. A nova gestão do Ipergs pretende gerir adequadamente este patrimônio, permitindo avanços na relação com seus parceiros prestadores de serviço”, falou Flávio Borges, ressaltando que a dívida dos diferentes poderes para com o IPE-Saúde também deve ser equacionada.

Na parte final de sua exposição, Flávio Borges resumiu os demais avanços conquistados nos últimos anos, além de demandas que seguem em pauta. A Fehosul mantém reuniões técnicas com a diretoria médica do Ipergs, para tratar da implantação total e atualizada da CBHPM (em vigor desde 1º de junho, na versão THP/CBHPM 2012).

Estão sendo analisadas codificações e valores da referida tabela, em diversas áreas como de imagem, patologia, hematologia, medicina nuclear e análises clínicas (veja as matérias destas reuniões em www.fehosul.org.br, na seção notícias).

 

 

A administradora hospitalar Shirlei Gazave, Gerente de Relacionamento com o Mercado da Fehosul, e os assessores jurídicos José Pedro Pedrassani e Flávio Luz, completaram as exposições na cidade do litoral, mostrando as atividades da entidade e novidades no campo jurídico.