Fehosul e Sindihospa avaliam o cenário para os prestadores de saúde

No começo da tarde do dia 31, segunda-feira, os presidentes da Fehosul e do Sindihospa, médico Cláudio Allgayer e o economista Fernando Torelly, discutiram a situação da saúde no Estado e na Capital, além das negociações coletivas com as entidades de profissionais.

Os avanços em relação ao Ipergs, além das demandas discutidas na última reunião entre Allgayer e José Parode (veja aqui), presidente da autarquia estadual, também foram tema do encontro, que serviu para traçar estratégias de atuação conjunta. Torelly manifestou a preocupação dos hospitais e clínicas da capital quanto a manutenção dos pagamentos do Ipe-Saúde, observando o calendário proposto no início do ano.

Para Allgayer, a recessão técnica da economia, anunciada na última semana, escancara um cenário nebuloso e preocupante da economia brasileira. “Promover acordos e negociações coletivas sem levar em conta esta realidade, que impacta todos os setores e tende a perdurar por um bom tempo, seria no mínimo leviano. O momento é de grande preocupação com a desaceleração abrupta e profunda da economia e com o número de demissões” destacou Allgayer.

O presidente da Fehosul, explica que não ocorreram grandes avanços no que tange os reajustes dos valores remuneratórios dos serviços nos últimos anos, tanto na Tabela SUS, como na saúde suplementar. “Atrasos de pagamento do setor público, além de custos impulsionados pela alta do dólar são indicadores claros de uma situação que só se agravará nos próximos meses, com repercussão para toda a cadeia da saúde. Mantemos constante negociação com operadoras, com o governo a nível estadual e municipal, e também em Brasília através da CNS, levando não apenas nossas demandas, mas também nossas ideias e soluções. O momento não é de apenas cobrar, é de ajudar”, externou Allgayer na reunião.

Torelly explicitou, na reunião, a conduta adotada pelo Sindihospa nas negociações coletivas, observando que “a deterioração do quadro macroeconômico, verificada nos últimos meses, impossibilita que as instituições de saúde repassem na integralidade o índice inflacionário para os salários dos colaboradores, exigindo esforços dos sindicatos, patronal e de profissionais, na busca de alternativas que possam ser suportadas no marco da sustentabilidade”.

O relacionamento e as prioridades urgentes tratadas com as Secretarias de Saúde do RS – SES e da Capital – SMS/PA e o cluster de tecnologias para a saúde (veja aqui), completaram a pauta da atividade. Torelly defende que o cluster demonstra que Porto Alegre possui um dos melhores centros médicos do Brasil, e que “a iniciativa trará investimentos em inovação e visibilidade para os estabelecimentos de saúde do Estado”.